O corpo da multidão – Amine Portugal

Somos um grupo de pessoas indignadas pelos absurdos que nossos representantes legislativos e executivos estão realizando em Salvador. Obviamente ainda não estamos representando todos os setores da cidade, Salvador é imensa e temos que refletir sobre o alcance de um movimento social que acontece dentro de um contexto político que extrapola o Brasil: estamos assistindo e participando de uma série de mobilizações no mundo inteiro contra os gestores do capital que gira e manda no mundo – e que condiciona a prática e a vida das pessoas. Isto está acontecendo conosco.

Esta forca chega em Salvador representada por grandes empreiteiras, grupos de empresários ligados ao turismo, setores da sociedade que se apropriam de espacos públicos, que afetam o que é comum a todos e que tornam o cotidiano um fazer pobre e padronizado.

Quando então pensamos em ir às ruas, com nossos corpos implicados neste movimento, contra uma série de movimentos que são de escalas avassaladoras, é para ampliar o debate, para que nos façamos ouvidos mas para também que contaminemos outros a pensar no que vem acontecendo na cidade através de processos que se estruturam há anos.

Nossa organização, que estamos chamando de MOVIMENTO não é o único tipo de mobilização nem de oposição a estes processos de tomada da cidade, há outros tipo de reivindicação, mas este aqui é um tipo.

Este movimento, quando sai para as ruas, no espaco público, ganha múltiplos sentidos, é um corpo de multidão. E essa é a potência do movimento. Não há capital que controle a multidão, esse corpo que se afeta diferente. Por isso é importantíssimo existir, e que depois de ser multidão no dia 1º que cada um seja desocupado de uma série de amarras que este processo de empobrecimento do mundo edificou em nós.

O DESOCUPA é exercido todo dia, por cada um, de formas diferentes e aqui encontramos eco. Ir para as ruas é ouvir e sentir as suas reverberações.

Vamos deixar nos afetar por isto!

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